Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho, seu único Filho, pela seguinte razão: para que ninguém precise ser condenado; para que todos, crendo nele, possam ter vida plena e eterna.
 
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08/11/2013
O dízimo, o cristão e as finanças

Durante muitos anos me senti constrangido quando precisava falar sobre a relação do cristão com suas finanças. Alguns irmãos piedosos e fiéis ao Senhor sempre me exortavam e desafiavam sobre a necessidade de se pregar sobre dízimos e ofertas. Por outro lado, alguns irmãos se esquivavam do tema.

Confesso que ainda me sinto um tanto quanto constrangido, mas, ao invés de pregar e parecer usar de argumentos agressivos e manipuladores, resolvi dar um testemunho pessoal sobre o tema e compartilhando um pouco do que aprendi durante minha vida e, principalmente, o que aprendi recentemente com a leitura de um texto do Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho.

Eu sou dizimista, sempre fui e sempre vou ser. Principalmente, porque acredito que não damos o dízimo, mas devolvemos parte daquilo que o Senhor nos concede. Em I Crônicas 29.14, vemos na oração de Davi um reconhecimento de que todas as coisas vêm da mão do Senhor, por isso, não sou eu que consigo, mas o Senhor que me concede. Assim sendo, dízimo é devolução. Davi diz: “tudo vem de ti e das tuas próprias mãos nós te damos”.

Eu sou dizimista porque Creio que o Deus a quem eu sirvo é o Único e Verdadeiro Deus, aquele que me deu a vida duas vezes, quando me fez nascer e quando me regenerou em Cristo Jesus. Sendo assim, alguns pontos são importantes destacar:

• A história nos mostra que a contribuição financeira, principalmente com 10% do salário, sempre foi uma prática de outras culturas e religiões pagãs. Ainda hoje, seitas e religiões não cristãs têm crescido pela fidelidade de seus seguidores. Muitas vezes, não seguem apenas com a entrega do dízimo, mas são superabundantes em suas contribuições. Se eu sirvo ao Deus verdadeiro, por que chegaria a Ele de mãos vazias ou com menos do que o que outras religiões o fazem e sempre fizeram? (Ex 23.15).

• O dízimo foi praticado por Abraão (o amigo de Deus), antes da Lei, e foi o padrão orientado por Deus para o período da Lei. O dízimo tinha como objetivo o sustento da obra do Senhor, tanto na manutenção dos levitas (aqueles que se dedicavam à obra) como dos mais necessitados (Dt 14). Se este foi o padrão instituído pelo próprio Deus, por que eu deixaria de devolver ou devolveria menos do que o que Deus estipulou?

• O Novo Testamento nos dá um exemplo muito forte a esse respeito e nos coloca um padrão muito mais alto, pois não institui o dízimo, mas pede que todos aqueles que se entregam ao Senhor compartilhem suas riquezas, vendendo suas propriedades e dividindo com a comunidade. O padrão da lei era 10%, o da graça é 100%. Isto é, precisamos deixar tudo nas mãos do Senhor, consagrando nossas posses, nossa família, nossa vida a Ele e, conforme dito por Jesus aos fariseus, dar o dízimo, cumprir a Lei, sem desconsiderar a justiça, a misericórdia e a fidelidade (Mt 23.23-24). Se estas são palavras do mesmo Jesus a quem eu sirvo, por que eu encontraria desculpas para não dizimar?

Neste mesmo texto citado anteriormente, aprendemos algo muito importante sobre o ato de dizimar. O ato de dizimar não pode ser um peso (II Co 9.6-9), nem um ato legalista como o dos fariseus (Mt 23.23), mas um ato voluntário prazeroso e com propósito. Muitas vezes, o quanto damos representa o nível de nossa entrega ao Senhor. Se nada damos, talvez não estejamos verdadeiramente entregues a Ele. Tem gente que, como os fariseus, dá o dízimo de forma legalista mas, o que me parece mais comum nos dias de hoje, no movimento dos novos fariseus, é o grupo daqueles que buscam ao Senhor sem abrir mão de seu egoísmo, sem devolver o dízimo. Como se a graça de Cristo, permitisse uma vida sem responsabilidades, sem compromisso na área espiritual e financeira.

Muita gente investe tempo e dinheiro em sua vida pessoal, ajuntando tesouros na terra e desfrutando de tudo o que este mundo pode oferecer. Mas a Palavra nos ensina que “quem quer seguir ao Senhor deve tomar a sua cruz, e negar o mundo”. Ninguém nos obriga a seguir o Mestre Jesus, mas aqueles que se entregam voluntariamente devem pagar o preço de ser um discípulo dEle, santificando suas vidas, participando das atividades, servindo ao próximo, dizimando, etc. Não para alcançar a graça, mas por ter sido alcançado por ela. (Ef 2.8-10)

Em Ageu 1.6, encontramos outro princípio essencial: “Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saco furado”. Não havia sobre o povo a bênção de Deus, por isso, nada do que eles faziam prosperava. A desobediência trouxe sobre o povo a falta de bênçãos. Eles podiam ganhar mais, no entanto, o dinheiro era como areia por entre os dedos. O Saco estava Furado. Não havia sensação de plenitude.

Se eu digo que quero seguir ao Senhor, o dízimo é questão de honra e não de opção. Eu sei que vou prestar contas diante de Deus a respeito de tudo o que fiz e deixei de fazer. Mas não sou dizimista por medo, e sim por alegria. Quero servir ao Senhor e não a Mamom (o deus do dinheiro). Sou dizimista porque entendo a mensagem da cruz, porque quero obedecer ao Senhor, porque pensar apenas em mim não é evangelho, afinal de contas, evangelho é doação, é partilha, é vida comum. Devolver a Ele parte do que tenho recebido, é confiar que todo o restante que Ele tem me dado é suficiente e me ensinará a depender mais, a me disciplinar mais e ser um cristão melhor.

Disciplina e Primícias

Quando pensamos em dízimo é preciso abordar a questão da disciplina financeira e do princípio das primícias encontrado na Palavra de Deus. Paulo nos ensina em I Timóteo 6.10 que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Ou seja, o dinheiro em si não carrega nenhum componente maligno, mas são as pessoas que acabam atribuindo ao dinheiro um valor maior do que o que ele deveria ter. Vitor Hugo disse em seu poema Desejo que é necessário, pelo menos uma vez por ano, dizer ao dinheiro quem é mesmo dono de quem. Na verdade, é a nós mesmos que precisamos dizer, a fim de controlar nossa ganância e nosso egoísmo em tempos de um marketing agressivo para um consumismo exacerbado.

O Senhor sempre orientou o seu povo a um uso disciplinado e consciente do dinheiro, e um dos princípios mais importantes para uma vida regrada está destacado no Antigo Testamento: o princípio das primícias. Não estamos falando dos aspectos culturais ou litúrgicos da oferta das primícias mas do princípio contido naquele contexto e que pode ser transferido para a nossa realidade sem nenhuma violência cultural. Da mesma forma, não vamos aqui fazer uma diferença entre primícias e dízimo, visto que não é a proposta deste estudo.

O princípio das primícias está relacionado ao ato de dar o primeiro fruto, a primeira parte ao Senhor. Provérbios 3.9-10: “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.”  De forma prática, a ideia é não deixar a parte final do salário para dizimar, mas fazê-lo logo após o recebimento do mesmo. Quando não fazemos isso, podemos cair nas ciladas financeiras de nosso tempo. Da mesma forma, mostramos a Deus que o investimento no reino não está em primeiro lugar em nossa vida. Esta atitude nos impede de depender mais do Senhor, demonstra nossa infidelidade e nossa falta de compromisso com a obra de Deus.

Conclusão

É fácil constatar que alguns irmãos acabam se envolvendo em problemas financeiros não por escolha própria mas por uma fatalidade em sua vida pessoal. Outros estão em problemas por pura falta de planejamento, outros por irresponsabilidade. A todos estes, gostaria de dar uma pequena dica: não deixe de ser dizimista em seu coração. Coloque seu desejo diante de Deus. Peça ao Senhor sabedoria para lidar com esta nova realidade, para ser mais disciplinado, para encarar as situações que fogem ao seu controle. Apresse-se em lançar sobre Ele todas as suas lutas e faça um plano urgente de se tornar novamente um dizimista de fato, mesmo que isso passe por um breve período de adaptação, no qual a obediência estará à frente do prazer, e mesmo que isso envolva uma progressão de valores, mês a mês. Mas não se permita acostumar a viver sem dizimar. Em pouco tempo você será tentado a investir em algumas questões pessoais em detrimento de sua fidelidade a Deus. Planeje-se para dizimar, por prazer, por alegria e por amor Àquele que se despiu de sua glória, habitou no meio de nós, a fim de nos dar vida e vida abundante! “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria.” 2 Co 9.7.

Infelizmente, vamos encontrar cristãos que não são dizimistas por convicção. Por estes, eu apenas oro, pois sei que o Senhor os ama e em momento oportuno poderá fazê-los mudar sua visão.

Pr Lucas Lima (baseado na pastoral O SACO FURADO)

 
 
 
 
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